Praga, República Tcheca II

No segundo dia na cidade, fomos direto para a Charles Bridge. A ponte é realmente lotada de turistas, especialmente porque ela é apenas para pedestres. É a ponte mais antiga da cidade, construída no século 15, e liga a Cidade Velha ao Castelo de Praga, em Malá Strana. O interessante é que há 30 estátuas nos 516 metros de extensão da ponte, sendo que a maioria delas é em estilo barroco e representam santos. Porém, hoje em dia, a maioria das estátuas da ponte são apenas réplicas e as originais estão em um museu.

A torre da ponte no lado da Cidade Velha
A torre da ponte no lado da Cidade Velha

Há várias superstições envolvendo as estátuas, como trazer sorte se a passar a mão aqui ou ali e é fácil notar isso: muitas esculturas estão super escuras, mas com áreas douradas, onde todos passam a mão.

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Assim que cruzamos a ponte, já notamos que a cidade fica bem diferente. Em Malá Strana há vários restaurantes e lojinhas logo de cara. Seguimos até o Castelo de Praga, num complexo cheio de prédios, museus e igrejas, já que o Castelo engloba um distrito inteiro. O caminho até lá tem diversas escadas, então é bom preparar a sola de sapato e o fôlego.

Eu tinha visto na Cidade Velha diversos quiosques vendendo um doce que encheu meus olhos, o trdelník (deixo a pronúncia para sua imaginação). Este doce é uma massa assada enrolada num espeto, ficando num formato de “copinho”. Aí a massa recebe uma camada de açúcar e nozes. Já parece ótimo, não? Este é o tradicional, mas você ainda pode optar para encher este “copinho” de massa com sorvete, morangos, chantilly… é delicioso!

Nhom nhom
Nhom nhom

Havia esta pequena doceria no início das escadas e achei que seria muito justo comprar um para dar energia para a subida. O trdelník com sorvete custa, em média, 120 coroas, ou pouco mais de 4 euros. Se você não é super fã de doce, pode achar exagerado e é melhor dividir com alguém, só não pode deixar Praga sem experimentar pelo menos um!

Conseguimos chegar lá em cima exatamente ao meio-dia, quando acontece a troca da guarda real. Não é uma cerimônia tão famosa quanto a de Londres, mas estando na cidade, não deixe de ver – sempre acontece ao meio-dia.

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Em frente ao local onde ocorre a troca da guarda, há diversas barraquinhas de comida. Os preços são um pouco mais caros do que no restante da cidade e quase fomos “enganados” se não tivéssemos observado uma pessoa comprando antes de resolver fazer o pedido. Eles vendem batatas, legumes e carnes e você vai ver que tem o nome da comida e o preço ao lado, o que nos fez acreditar que a porção já pré-estabelecida daquela comida custava aquele valor, mas na verdade, é o valor por peso, ou seja, se você pede batata e a pessoa que serve encher seu prato, você vai pagar um valor bem mais alto. Como os valores eram por “100 gramas”, resolvemos deixar pra lá e ir comer mais tarde em algum lugar mais baratinho.

Trdelník assando! nhom nhom
Trdelník assando! nhom nhom

Andamos pelo distrito, mas sem entrar em nada. Há vários tipos diferentes de tickets, mas todos incluem entrar no Castelo de Praga. Resolvemos não entrar no castelo, pois o ticket mais em conta custava 15 euros e caso você quisesse tirar fotos, precisaria pagar mais 2 euros. Você pode estar achando um absurdo eu não ter entrado no castelo, mas minha justificativa é bem  lógica: eu já visitei muitos castelos na Europa em várias cidades diferentes e não achei que valeria a pena pagar um valor tão alto para visitar mais um. Depois de visitar alguns países pela Europa, você acaba notando que as coisas vão “se repetindo”, mudando pouco de um lugar para o outro, e  a República Tcheca “calhou” de ser o 20º país europeu que visitei, então eu já estava tendo muitos “deja vus” andando por Praga. Eu não nego que achei Praga uma cidade lindíssima, mas tudo que vi por lá eu, de alguma forma, relacionei com o que já havia visto em algum outro país europeu antes. Não queria um pouco “mais do mesmo”.

Andamos pelo distrito todo e entramos apenas nas igrejas que não exigiam ticket. Tiramos alguma fotos, especialmente porque como fica no alto de uma colina, tem uma vista muito boa da cidade.

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 Descemos as escadarias de volta para a ponte e encontramos um parque, por onde passeamos um pouco. Queríamos visitar também a John Lennon Wall, um muro com grafite muito famoso na cidade, só que não foi tarefa fácil encontrá-lo.

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Mesmo com o mapa na mão, não conseguíamos achar a ruazinha onde ficava o muro que desde anos 80 é usado para homenagear John Lennon e os Beatles com grafites. Por irônico que seja, quem nos ajudou foi justamente um funcionário daquelas empresas que vendem o tour na “engenhoca” (segway) que as pessoas não precisam andar.

Passamos por algumas lojas de lembrancinhas (atenção que em uma delas tocava Anitta loucamente) e em seguida, retornamos ao hostel para descansar um pouco, pois o plano era tentar ir comer comida local no mesmo restaurante da noite anterior. Desta vez, fomos bem mais cedo e mesmo sendo uma segunda-feira, ficamos surpresos que o restaurante estava completamente lotado! A garçonete, que tinha um inglês muito fraco, nos perguntou se tínhamos reserva e eu disse que não, mas perguntei se havia alguma previsão de tempo de espera. Ela só respondia que estava lotado e não tinha mesa, e eu insistia que eu havia entendido isso, mas se caso quisesse esperar, se havia alguma mesa ocupada que não tinha reserva e, portanto, estaria livre assim que desocupassem. Ele não entendia o que eu dizia, e de uma forma muito grosseria, começou a dizer que não tinha mesa e eu não poderia comer se não tivesse reserva. Eu compreendo que o inglês dela era muito fraco, mas não consigo compreender grosseria de modo algum. Fomos embora, mas não desistimos. Achamos outro restaurante que, apesar de não ter um preço tão amigável como o outro, ainda era um ambiente legal e fomos bem atendidos.

Pedimos uma sopa típica da região, mas o gosto não foi tão surpreendente: parecia uma sopa de legumes como outra qualquer. Eu decidi pegar o prato mais típico: bife com pão num molho de cranberry com sour cream. Gostei.

Bife com pão, molho de blueberry e sour cream
Bife com pão, molho de cranberry e sour cream

O outro prato pedido foi uma bisteca à milanesa com salada de maionese.

Nhom nhom
Nhom nhom

O jantar para dois com cerveja e sem sobremesa saiu por 457 coroas, ou 16 euros – um valor inimaginável na Finlândia, diga-se de passagem. Para quem ficou interessado, o nome do restaurante é U Medvidku e no mesmo local funciona uma cervejaria artesanal e um hotel. O restaurante está no local desde 1466 e vende várias coisinhas feitas de cerveja, como geleia.

Terminamos nossa noite com mais um passeio beirando o Rio Moldava – era uma daquelas noites quentes de verão e havia um clima muito gostoso na cidade.

Mais tentativas de fotos noturnas!
Mais tentativas de fotos noturnas!

2 comentários sobre “Praga, República Tcheca II

  1. Essa sopa servida com esse pão branco eu provei, mas não curti. Já esse doce maravilhoso não vi na época em que estive em Praga – na verdade, eu nem sabia da existência dele. Agora quero voltar só pra provar, porque parece delicioso!

    1. Bia

      A sopa tinha gosto de legumes como outra qualquer, mas a foto que postei não é da sopa! haha… é o bife com molho!
      Este doce é maravilhoso! Tem feirinha internacional em Dublin às vezes? Porque aqui em Oulu teve uma em agosto e tinha esse doce, mas só na versão tradicional, sem os recheios.

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