Há alguns dias, o canal no Youtube do e-Dublin publicou um vídeo mostrando o que alguns irlandeses aleatórios sabiam sobre o Brasil, aquelas perguntinhas básicas quase clichês como “Qual é a capital do Brasil?”, “Que língua falamos?” etc, além de mostrar algumas fotos de políticos e celebridades. O resultado é que muitos não faziam ideia que Brasília era a capital, não sabiam quem era a Dilma e coisas do tipo.
Apesar da relevância do Brasil (política, economia, esportes, turismo etc), não acho um absurdo que não-brasileiros não saibam tudo sobre nosso país. Vamos pensar, por exemplo, na China. O que você sabe sobre o país, além que sua capital é Pequim, que eles falam chinês/mandarim e que quase tudo que você compra vem de lá? Pois então.
Na semana seguinte, como “vingança”, um irlandês foi às ruas perguntar aos brasileiros o que eles sabiam sobre a Irlanda, fazendo as mesmo perguntinhas sobre geografia, política e celebridades.
Se a pesquisa fosse feita no Brasil, eu diria que uma pessoa comum sem interesse no país não teria a obrigação de saber muito além da capital e da língua falada no país e, talvez, um pouquinho sobre a economia do ex-tigre celta (a gente estuda isso na escola!). Em termos de conhecimentos gerais, estaria ótimo. Mas se o ser humano escolheu passar um tempo da sua vida morando na ilha, o que custa pesquisar um pouco da história do país? Saber que Dublin é sim a capital, que Belfast é a capital da Irlanda do Norte e que ela faz parte do Reino Unido, enquanto a Irlanda é um país independente que tem um presidente (decorativo) e um primeiro-ministro seria o mínimo. Não que eu saiba tudo sobre a Irlanda, mas sei a história do país em termos gerais, sei sobre suas origens, suas lendas, suas tradições e tal. Sei um pouco de sua geografia, economia e música (mas não sobre Jedward, eu só sei que eles existem e para mim isso basta, porque, né, autoexplicativo).
A questão é que fazer intercâmbio não é apenas sair do Brasil por um tempo para, em teoria, aprender ou aperfeiçoar a fluência de um idioma, mas também uma imersão cultural, conviver com o povo do país e aprender sobre seus hábitos e tradições, do contrário, não é nenhum absurdo dizer que poderia ter ficado no Brasil e investido esse dinheiro numa boa escola de inglês e assistir filmes e seriados legendados que o resultado seria muito parecido. Afinal, eu aprendi a falar inglês antes mesmo de morar fora pela primeira vez. Bem, mas se tem gente que volta da Irlanda sem nem falar inglês bem porque perdeu o foco por n motivos, talvez seja mesmo pedir muito que se aprenda sobre o país que decidiu adotar como casa por um tempo.