Em busca do mestrado perfeito

Todo ano acontece aqui em São Paulo e  em outras capitais brasileiras a Feira do Intercâmbio, geralmente em Março e Setembro, e oh, eu meio que sempre acabo indo. Fui em março de 2014 para acompanhar um amigo e descobri o Erasmus Mundus. Eu sempre soube do Erasmus dentro da Europa apenas, ou seja, estudantes europeus indo fazer um ano da graduação em outro país (aliás, o filme “O albergue espanhol“- altamente recomendado – só existe por causa deste programa), mas não sabia que existiam outras modalidades, como o Mundus que mandava estudantes não-europeus à Europa. Resumindo a história toda: me interessei muito, mas quando cheguei em casa e fui pesquisar, o que descobri é que o programa havia se encerrado e havia surgido um tal de Erasmus Plus. A verdade é que as informações que achei eram desencontradas e não tão claras assim, então deixei pra lá. Na mesma época, também achei um mestrado na UCD, em Dublin, que oferecia UMA bolsa para brasileiros. Mandei email para começar meu application, mas não deu em nada. Sabe aquela sensação que a pessoa do outro lado da tela é um fantasma e nunca te responde? Então.

Voltei a focar na Finlândia, que além do curso ter muito me agradado, era um dos cursos onde as informações eram mais claras e precisas. Em setembro, teve outra feira de Intercâmbio em São Paulo, desta vez mais focada em ensino superior mesmo e vi que teria uma palestra sobre estudos na Finlândia. A essa altura do campeonato eu já podia até tirar dúvidas sobre ensino no país, mas achei que poderia ser interessante de alguma forma.

Fui mais para checar se tudo que eu sabia estava certo. Estava. A moça que deu a palestra era uma típica finlandesa: branca, loira e de olhos claros. Apesar de não ter aprendido muito coisa – porque eu já havia pesquisado tudo – foi bom ver depoimento de brasileiros estudando lá e ouvir da boca de alguém tudo aquilo que eu já tinha descoberto sozinha. Um ponto levantado na palestra é que há um borburinho sobre o ensino superior deixar de ser gratuito por lá, ou pelo menos, deixar de ser gratuito para não-europeus. Felizmente, não há nada decidido e caso num futuro isso aconteça, só atingirá quem começar os estudos depois que isto for aprovado, se for. Deixaram bem claro também que como o ensino já é gratuito, não há nenhum tipo de bolsa para estudantes. No final, ganhei uns chaveirinhos bem legais e comi um chocolates finlandeses muito gostosos porque eu só fui pra comer mesmo.

Cheguei a pesquisar alguns quiosques de diversos países, mas a empolgação toda acabava quando falavam o valor do curso. Pelo que entendi, há outros países que também oferecem ensino superior gratuito, como a Dinamarca, mas somente a europeus, ou seja, a menos que você tenha uma dupla cidadania, precisa desembolsar muito dinheiro para estudar na Europa.

Antes de chegar a data de envio das inscrições, comecei a pesquisar outras possibilidades de mestrado em outras universidades finlandesas, já que o foco era continuar estudando de graça. Até cheguei a selecionar uns outros dois cursos em outras universidades, mas eu já estava tão saturada de informação que achei que seria muito cansativo fazer dois applications e me deu uma puta preguiça e decidi que uma inscrição em apenas uma universidade já estava de bom tamanho – a mesma lógica que tive quando prestei vestibular: vou fazer só FUVEST mesmo que é pra me estressar menos.

O que tudo isso tira de lição?
Existe sim oportunidade de estudar fora, não que seja fácil, não que seja pra qualquer um nem que seja simples, mas existe. Não espere receber um email de propaganda ou que isso caia do céu. A primeira coisa é pesquisar, pesquisar e pesquisar muito! Existe o programa do Ciência sem Fronteiras – que seria um programa incrível se fosse bem planejado -, mas já sabemos que não contempla a área de humanas. Mas tem muito mais que isso por aí. E como pesquisar? Eu sigo páginas no Facebook sobre o tema, eu costumo deixar meu email quando vou a essas feiras de intercâmbio (e foi por isso que descobri, por exemplo, um programa para universidades holandesas que dava bolsa para brasileiros, mas, infelizmente, não para brasileiros de humanas), além de pesquisar em sites especializados, como o Estudar Fora, onde fiquei sabendo sobre o meu mestrado (a possessiva).

Não é fácil e não vai cair nada no seu colo, mas quem sabe se pesquisando não aparece algo interessante? Sei que para quem não nasceu em berço de ouro o maior impedimento é o dinheiro, mas agora vocês sabem que tudo na Finlândia é de graça, que onde não é gratuito rola bolsas e por aí vai. 🙂

Thug life!
Thug life!

Feiras de Intercâmbio

No último final de semana, São Paulo recebeu duas feiras de intercâmbio. Sim, duas feiras diferentes no mesmo final de semana, vai entender!

Aí você pensa “A essa altura da vida, o que feiras de intercâmbio têm pra te oferecer, Bia?”  Até têm bastante coisa, mas eu acabei indo nas duas (isso, fui em uma no sábado e em outra no domingo – eita, disposição, sô!) com a desculpa de acompanhar amigos que querem fazer intercâmbio.

Primeiro, gostaria de expressar minha grande surpresa ao chegar pouco depois da abertura de uma das feiras e pegar uma fila kilométrica para entrar – cara, tinha muita gente! Eu já havia ido em outras feiras antes de ir pra Irlanda, mas juro que nunca havia visto tanta gente. Na outra feira, cheguei umas 3h depois da abertura e continuava lotada! A galera realmente quer ir estudar fora!

A feira de sábado

A feira estava organizada por países, então havia stand de faculdade e escola de idiomas tudo junto. Para minha surpresa, não havia tantas escolas da Irlanda por lá! Havia algumas faculdades que eu não conhecia e um stand bem grande de uma das escolas mais famosas e baratas (e cheia de brasileiros e com qualidade duvidosa de ensino) vendendo seus cursos e o sonho europeu. Não deu para evitar, eu julguei muito aquelas pessoas vendendo “qualidade de ensino” quando a gente sabe que a história não é bem essa! A outra surpresa da feira foi ver um stand de um programa de bolsas em faculdades polonesas e outra de uma universidade lituana. Eu até parei no da Polônia, porque foi mais forte do que eu: adorei os 6 dias que passei em terras polonesas, especialmente Cracóvia, e pensei “ah, por que não, né?”. E daí que não falo uma palavra em polonês? 😉

A feira de domingo

Esta também estava muito cheia, mas estava mais organizada: no térreo estavam as agências e escolas de idiomas e no piso superior, faculdades que ofereciam cursos de graduação, mestrado ou doutorado. Nesta eu vi o stand de umas das escolas mais sem-vergonhas daquele solo irlandês – tão sem-vergonha que o representante da escola que estava no stand era brasileiro, porque né, só tem mesmo brasileiro na escola. Eu peguei o folheto deles, dei uma olhada, aí fiquei de canto ouvindo o representante falando da escola para uma possível cliente e eu não sabia se ria ou se me intrometia fazendo perguntas cabulosas. Não fiz nem um nem outro, só falei para o meu amigo que se ele precisasse de uma emissora de vistos, poderia fechar o pacote com a dita escola tranquilamente, pois era isso que ela era. E não, não era a ECM, onde eu estudei. A ECM está longe de ser top, mas tem lá sua qualidade (há um ano, pelo menos, tinha).

O andar dos cursos de faculdade estava realmente interessante e fiz uma descoberta fantástica, mas como ainda não tive tempo de checar as informações, por enquanto prefiro não escrever nada. Só vos digo que isso pode ter me inspirado (mais do que eu já estava inspirada) a fazer alguns planos. 🙂

As feiras de intercâmbio são interessantes para quem não sabe nada de intercâmbio ou sabe muito pouco e precisa pesquisar alguma coisa para dar início ao projeto. É bacana também para quem já conhece muito, mas não sabe exatamente o que fazer, já que lá há stands de vários países com várias propostas dos mais diferentes cursos. Claro, depois de visitar uma feira, o passo 2 é pesquisar tudo que que pareceu interessante na internet e depois, colocar os planos em prática! 🙂