Eu escrevi aqui e aqui sobre como foi prestar o CPE pela segunda vez, desta vez em terras brasileiras. O resultado saiu há quase 2 meses e o fato de eu não ter vindo correndo escrever um post sobre isso só pode indicar uma coisa: nope, eu não passei novamente. E sim, por poucos pontos como da primeira vez.
Eu fiquei chateada? Deprimida? Me sentindo uma analfabeta funcional em inglês? Nope, eu fiquei foi com dor no bolso de ter gasto tanto dinheiro numa prova sem conseguir o certificado. Mas eu estudei direito? Eu fiz curso preparatótio? Nope. Logo, tomei por minha conta e risco.
Eu fui razoavelmente bem no writing (eu escrevi uns 2 ou 3 antes das prova), mas o restante da prova ficou ali no borderline para weak, aí na média, o writing não conseguiu me salvar e não passei por pouco, muito pouco. Na primeira vez, eu havia ido muito bem no listening, lembram? Desta vez, foi horrível! O que me faz novamente pensar na questão que eu sempre falo para todo mundo: a Bia que prestou o CPE em junho de 2013 foi a mesma Bia que prestou o CPE em dezembro do mesmo ano. De junho a dezembro, esta Bia continuou usando inglês diariamente, assistiu 8 temporadas de Dexter em inglês e sem legenda, leu uma bibliografia de 600 páginas em inglês (e inglês nível CPE) dos Smiths e assistiu diversos vídeos no Youtube em inglês, além de ter feito uns dois mocks de listening do CPE (que ela foi bem até). Em outras palavras, esta Bia manteve contato com o idioma entre um exame e outro, sendo assim, não seria lógico seu nível de listening piorar, não é mesmo? Como eu vou muito bem em junho e mal em dezembro? Simples, porque as provas de Cambridge são imprevisíveis e como eu já falei mil vezes aqui nesse blog, elas não provam que você é fluente em inglês, provam que você soube fazer a prova e fim de papo. Você só está falando isso porque você não passou. Quem acompanha o blog e já leu todos os posts que fiz sobre as provas de Cambridge sabe bem que não é por isso. Obviamente eu estaria muito mais feliz se tivesse passado, teria sambado na cara de Cambridge e melhoraria meu currículo, mas de boa? Sabe quanto de aumento eu ganhei por ter tirado o CAE? E sabe quanto eu ganharia com o CPE? Cri cri cri.
O CPE é como o vestibular: não prova muita coisa. O último prova que a pessoa soube fazer uma prova conteudista, mesmo que ela não faça ideia do que fazer com toda a informação depois. O segundo prova que você tem domínio da língua inglesa e teve jogo de cintura para fazer a prova. Eu não tive jogo de cintura para fazer prova, não sou uma falante meia-boca de inglês, sou uma pessoa que não sabe fazer o CPE, mas que soube fazer o CAE. E eu soube fazer uma prova conteudista e entrar na USP. Sou melhor do que aqueles que não conseguiram? Nope.
Eu não pretendo prestar o CPE tão cedo novamente por motivos de: não terei retorno financeiro imediato e nem a curto prazo (uma questão que, aliás, tem me desmotivado a fazer cursos e afins também) e não estou à fim de gastar outros 600 reais nisso sabendo que não vou estudar (porque eu não tenho paciência, beijomeliga). Claro que ainda quero o certificado, mas com meus novos planos para o futuro, há outros certificados em língua inglesa mais úteis. Porém, contudo, todavia, quando alguém me falar “Bia, se você tirar o CPE seu salário vai aumentar em x dilmas”, bem aí é outra história. Meu ego pode esperar um pouco mais.
Resumindo: CPE é muito legal, sim, é bom para o currículo de um professor, sim, eu queria ter passado e muito, não ter passado não me fez sentir menos fluente, só que vou esquecer a ideia por um tempo pelas razões levantadas aqui.