Budapeste, Hungria V

O último post da viagem a maravilhosa Budapeste.

Depois da visita ao Sapatos do Danúbio, seguimos andando pela cidade. Vou contar uma coisa meio boba, mas acho que alguns podem se identificar (se não, sou boba sozinha mesmo). Vocês já viram no jornal aquelas notícias de onda de calor na Europa? Já prestaram atenção nas imagens que mostram enquanto o repórter está dando as informações? Geralmente são pessoas na água: fontes, chafarizes, rios. Pois bem, achamos isto e pensei “eh, estou na verão europeu mesmo”:

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Os jatos de água faziam uma dança e as pessoas entravam e saíam, se divertindo. Achei bem legal e fiquei um tempinho brincando. E bem perto desta brincadeira, achei outra coisa interessante:

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É claro que não tem nada a ver com o filme, mas achei bacana.

A guia do walking tour nos deu várias dicas de pratos típicos húngaros e comidas que deveríamos provar. Eu queria muito experimentar o tal langos, e aí não sei se rolou um mal entendido, mas ela nos indicou um restaurante que era “muito barato” e vendia diversos pratos típicos, incluindo o bendito. Cruzamos a cidade até bem perto do distrito judeu só para comer lá e quando chegamos, surpresa: não vendiam langos! O local estava cheio e parece que ar condicionado não era algo que eles conheciam, pois estava super abafado. Frustrados, resolvemos sair e voltar ao Mercado Municipal para comer langos.

Passamos pelo distrito judeu no caminho, aproveitando a burrada para fazer algo de útil, e finalmente chegamos ao Mercado. A fila estava grande, como das outras vezes que fomos, mas aguardamos. Uma dica: tenha florins com você, do contrário eles te exploram muito. Como já era o último dia, nossos florins já haviam acabado, mas eu estava passando meu cartão de débito do banco finlandês em todos os lugares e estava indo tudo muito bem (ao contrário do Brasil, os bancos trabalham com a cotação oficial do dia e não cobram taxas abusas por fazer comprar em outra moeda). Mas no mercado a maioria das barracas de comida só aceita dinheiro e quando aceitam euros, aceitam com uma cotação bem ruim. Naquele dia, vimos que 1 euro valia cerca de 315 florins, mas na barraca aceitaram a 300 e pior: o troco não era euros, mas em florins. Como só descobri isso na hora de fazer o pedido, não teve jeito: prejuízo para matar a vontade de comer a comida de rua mais típica do país, já que o langos para os húngaros é tipo nossa coxinha.

O famoso langos
O famoso langos

O langos é uma massa frita do tamanho de um prato. O básico é um molhinho com queijo e você pode ir adicionando outros ingredientes, todos cobrados à parte. No começo, com aquela fome, você vai comendo e amando – gorduroso e hiper calórico. Mas comer tudo isso não é tarefa fácil e exige um estômago bem treinado em comer comida gordurosa e nada saudável (algo que eu já não fazia há tempos tentando levar uma vida saudável em Oulu – e conseguindo). De qualquer forma, valeu a pena e minha dica é: não compre um inteiro para você! Se possível, compre um para dividir e coma outra coisa para terminar a refeição. Seu estômago e as veias do seu coração agradecem. Sério, é MUITO gorduroso.

De sobremesa, seguimos outra dica da guia e fomos até o Lidl, no subsolo do Mercado, para comprar o tal pöttyös. É uma espécie de queijo cottage coberto com chocolate e, segundo a guia, é uma das coisas que os húngaros mais sentem falta quando vão para o exterior e é algo que comem todos os dias, pois além de tudo, é baratinho. Cada um custou cerca de 90 florins no mercado, então é realmente bem acessível.

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Eu achei o gosto bem “ok”, mas nada excepcional, mas entendo que o doce deve estar pra eles como a paçoquinha está pra gente. Talvez.

Voltamos ao hostel para pegar nossas mochilas e seguimos para a estação de ônibus. Viajamos pela empresa Regiojet e como é uma daquelas companhias de baixo custo, os ônibus não saem do terminal principal, mas da lateral da rodoviária, as é muito fácil achar porque os ônibus são amarelo-cheguei. Vou dar mais detalhes sobre a empresa no próximo post. 🙂

Conclusão

Budapeste é uma cidade linda e amei conhecê-la! Só tenho um arrependimento: não ter passado mais dias por lá. Ficamos 4 dias, mas a sensação é que ainda poderíamos ter feito tantas outras coisas como visitar a Ópera (que acabou não dando tempo), ido no outro spa de águas termais, visitado o Parque Memento (que é um museu à céu aberto com estátuas do período comunista) ou apenas ter sentado na beira do rio Danúbio num dos lindos dias de sol. Eu recomendaria de 5 a 6 dias na cidade para poder fazer tudo isto e talvez ainda não seria o suficiente.

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Budapeste, Hungria IV

O último dia na cidade já começou com aquele aperto no coração, uma saudade do que ainda não havia terminado! Já disse que Budapeste é linda? 20160519_182804

Eu sempre faço walking tour quando visito uma cidade e, normalmente, é a primeira coisa que faço já para pegar dicas e conhecer melhor os principais pontos da cidade com um local. Mas em Budapeste eu acabei invertendo a ordem das coisas e o tour ficou para o último dia, já que no primeiro cheguei depois do horário do tour e no segundo dia combinei de encontrar a L.

O tour começa em frente a Basílica de São Estevão e desta vez nossa guia era uma local mesmo (muitas vezes, o guia é um estrangeiro que mora na cidade). A guia disse que a melhor vista da cidade é da torre da basílica – mas depois de subirmos na torre da Igreja de São Matias e na Citadella e poder ver os dois lados da cidade – Buda e Peste -, achamos que não faria muito sentido subir na basílica, então não posso confirmar se a dica da guia vale a pena. E apesar de a igreja ser a construção mais alta da cidade (96 metros), a Igreja de Matias está numa colina, então, em termos absolutos, está num nível bem mais alto. Outra curiosidade, é que dentro da basílica, supostamente, está a mão do rei Estevão. Há controvérsias se aquela é mesmo a mão dele, mas está lá para quem quiser ver.

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Seguindo pelas ruas, paramos na estátua acima. Já tínhamos passado por ela, mas com o tour descobrimos seu significado. A estátua do policial barrigudo está lá desde 1900 e reza lenda que foi feita em homenagem a um certo policial que patrulhava a região e era muito simpático. Diz a lenda também que o motivo de tanta alegria era comida e mulher (porque, lógico, você pode colocar mulheres na mesma categoria de comida, mas vamos adiante). E claro, há uma superstição envolvendo a estátua: dizem que se você esfregar a mão na pancinha dele, terá sorte no amor. Se passar a mão ajeitando o bigode, terá sorte na vida. Será que fiz um carinho nesta pancinha? 🙂

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Outra famosa estátua da cidade é a Pequena Princesa. Reza a lenda que havia esta princesa que nunca quis ser princesa e muito menos rainha. Ela usava as roupas de seu irmão e queria ser rei quando crescesse. Diz a lenda que esfregar as mãos em seus joelhos traz sorte e realização pessoal.

Entre uma parada e outra e dicas da guia, ainda no lado Peste, entramos na mais antiga linha de metrô da Europa continental, pois a guia queria nos contar sobre o pioneirismo húngaro que os deixa muito orgulhosos. É fato que já havia metrô em Londres quando, em 1896, começaram as obras em Budapeste, mas eles consideram somente a Europa continental, portando, as ilhas britânicas ficam de fora. É a mesma linha de metrô que nos levou a Praça dos Heróis no dia anterior.

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A linha mais antiga é bem diferente das demais de Budapeste, com trens bem pequenos e antigos, mas bem conservados. As estações também estão muito bem conservadas e vale a pena pegar o metrô nesta linha só para ver como são as estações e ter a experiência de andar no vagão.

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O tour continuaria seguindo para o lado Buda, mas nós já tínhamos subido a colina duas vezes e visitado tudo que nos interessava, então conversamos com a  guia e nos despedimos do tour na famosa Chain Bridge, que claro, também tem suas lendas e superstições.

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A ponte ficou pronta no fim do século 19 para ligar os dois lados da cidade, divididos pelo Rio Danúbio. Reza a lenda que quem mandou fazer a ponte só o fez porque quando seu pai estava no leito de morte, ele não conseguiu cruzar o rio de barco por ser muito perigoso na época e, portanto, não pode se despedir de seu pai. Ele jurou que terminaria a ponte para que nenhuma outra família tivesse que passar por isto. Outra versão diz que ele tinha uma amante do outro lado do rio e só queria uma forma de atravessá-lo mais rápido. A ponte tem 4 leões, cada um guardando um lado da ponte. Outra lenda (cidade cheia de histórias, não?) conta que o responsável por esculpir os 4 leões estudou a anatomia do animal por anos, os observando no zoológico, e quando tudo ficou pronto, ele desafiou que encontrassem algum defeito no seu leão – se alguém apontasse algo, ele se mataria. Infelizmente para ele, um menino disse que os leões não tinham língua e percebendo seu enorme erro, ele teria se jogado no Danúbio. Como os leões têm língua (que só podem ser vista de um ângulo mais alto), esta história realmente não passa de uma lenda.

Ao nos despedir do tour, seguimos para o Parlamento Húngaro, mas só para observar do lado de fora. O valor do ticket para não europeus é 5400 florins (18 euros), o que é absurdamente caro para os padrões da cidade! Europeus pagam bem menos do que isso, mas por enquanto, eu tenho só o passaporte de capa azul, então…

O Parlamento de um ângulo alternativo
O Parlamento de um ângulo alternativo

Estava um lindo dia e seguimos andando pela margem do Danúbio até chegarmos nos Sapatos no Danúbio, uma escultura em memória dos judeus húngaros que foram mortos no local – eles eram levados até a margem do rio, tinham que tirar seus sapatos e levavam um tiro. O rio levava os corpos embora.

Triste
Triste

O último dia em Budapeste estava acabando, mas o final da viagem fica para o próximo post. 🙂

Budapeste, Hungria III

No terceiro dia, com um tempo mais quente e gostoso, pegamos o metrô até a Praça dos Heróis. Se tiver tempo e disposição, vale a pena ir a pé, pois a avenida que dá acesso a praça é muito bonita e arborizada, a Andrássy. Chegamos até lá de metrô para economizar tempo, mas no caminho de volta não nos decepcionamos de ter gastado sola de sapato! 🙂

Andrássy
Andrássy

A Praça dos Heróis, Hösök tere em húngaro, é uma das principais praças da cidade com várias estátuas e tem dois museus de arte em seu entorno. É mais um lugar para parar e tirar algumas fotos antes de entrar no parque onde fica o Castelo Vajdahunyad.

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Praça dos Heróis

O lugar não é um castelo de verdade, mas um complexo de prédios que abriga um museu, exposições e outras atividades culturais. Foi construído em 1896 para mostrar a evolução arquitetônica na Hungria pelos séculos. De qualquer forma, é muito bonito e um ótimo lugar para tirar belas fotos. 🙂

O castelo
O castelo

Passeamos pelo parque, que é enorme e muito bonito, e de lá seguimos para o que achamos que seria umas das atrações mais legais do dia.

O parque
O parque

Na avenida Andrássy fica a Casa do Terror, um museu sobre o fascismo e comunismo vividos pelo país no século XX. O museu fica num prédio de 3 andares e abre de terça a domingo. O ticket custa 2000 florins e eles só aceitam dar o desconto de estudante para europeus ou portadores da carteira ISIC de até 26 anos de idade (oi?!) – eu já passei dos 26 há algum tempo, então paguei o valor integral. Todas as salas do museu são temáticas e tudo é muito bem feito, porém um detalhe estraga um pouco a visita: está tudo em húngaro. Em cada sala temática há um folheto em inglês explicando o contexto, mas 1- são muitas salas e fica um pouco complicado parar em cada uma delas e ler uma folha de sulfite inteira com as explicações e 2- mesmo que você leia, os objetos expostos e todo o resto têm sua própria explicação em húngaro e, para mim, isto fez uma diferença enorme na visita. Foi um pouco difícil entrar naquele mundo sem poder entender 100% o que estava exposto.

A fachada do museu
A fachada do museu

Não é permitido tirar fotos e os funcionários ficam em cima. Em certo momento, eu estava mexendo no meu celular – não, não estava tirando foto escondida e nem estava com o celular numa posição que parecesse que eu poderia estar tirando uma foto – e uma funcionária rapidamente se aproximou dizendo “No photos”. Vale a visita? Não posso negar que é tudo interessantíssimo, mas vá sabendo que quase tudo está em húngaro.

Do museu seguimos para a Ópera, que fica na mesma rua. A intenção até era entrar para fazer o tour guiado (que inclui um mini concerto), mas como passamos muito tempo dentro do museu (o R. gosta de ler até as informações de uso de banheiro… haha), achamos melhor seguir para a próxima atração do nosso roteiro e, se possível, tentar ir na ópera no dia seguinte.

A ópera
A ópera

Seguimos a pé até o lado Buda, subimos todos os degraus novamente até chegarmos no Castelo de Buda, que já contei que não é um castelo, mas o Museu de História de Budapeste. O museu é sensacional e com certeza recomendo a visita! A parte que mais gostei é uma exposição que mostra como era a vida nos lares húngaros na época do comunismo, pois me lembrou um pouco o DDR Museum de Berlin, que também é sensacional.

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O ticket custa 1800 florins e o museu ocupa o subsolo, onde é possível visitar as “ruínas” do castelo que ocupava o local antes, e mais 3 andares. Para visitar o museu todo com calma é bom separar de 2 a 3 horas. Outra dica é passear pelos jardins em volta do museu – são lindíssimos!

De lá, para encerrar o dia, seguimos para a Citadella. A recomendação era que a gente chegasse lá para ver o sol se por e ter uma bela visão de Budapeste a noite, em especial do Parlamento Húngaro. Aparentemente, tem um ônibus que leva até quase o topo, mas nós, claro, fomos a pé. Não vou mentir, é uma subida bem longa, cheia de escadas e rampas e sim, cansa muito! E olha que eu nem estava numa fase sedentária quando fui, já que estava correndo de 3 a 4 vezes por semana morando em Oulu. Preparem as pernas!

Felizmente, tem uns banquinhos no caminho para dar "aquela descansada"
Felizmente, tem uns banquinhos no caminho para dar “aquela descansada”

Citadella, em italiano, significa “cidade pequena” e o local foi construído no século 19 a mando do rei Franz Joseph. A intenção era que o local fizesse parte de um complexo de fortalezas, mas as outras nunca foram construídas. O local é público desde 1899, quando os últimos soldados saíram de lá, mas se tornou uma espécie de esconderijo para pessoas “não do bem” e somente em 1974 a Citadella se tornou  oficialmente parte do roteiro turístico da cidade.

No topo
No topo

A maior atração, na verdade, é mesmo a visão que se tem do lado Peste. Andamos em volta do forte, onde há parques e pessoas praticando esportes. Tem também barraquinhas de comida e lembrancinhas e os preços pareciam ser os mesmos que encontramos do lado Peste, em média. Mas a vista é o forte mesmo, então é bom ir num dia claro e bonito.

Lindo!
Lindo!

Paramos em alguns mirantes, tiramos muitas fotos, conhecemos turistas argentinos e ficamos batendo um papo, mas já perto das 20h, o sol não estava assim tão perto de se por – as vantagens e desvantagens de se viajar pela Europa no verão. A descida de volta era longa e a fome já tinha aparecido, então decidimos ir embora – teríamos que ficar por lá por mais pelo menos 1 hora até ficar completamente escuro. Porém, o por do sol nos pegou quando atravessávamos a ponte para o lado Peste. Foi lindo!

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No caminho de volta ao hostel, passamos pela Rua Vaci, que é uma das mais famosas (e caras) ruas de compras da cidade. Tem também muitos restaurantes que cobram bem mais caro porque é “pra turista”, mas achei os preço das lojas de lembrancinhas na média do restante da cidade.

Era o terceiro dia em Budapeste e eu já estava apaixonada! ❤

Budapeste, Hungria II

No segundo dia em Budapeste eu combinei de encontrar com uma brasileira que conheci por acaso num grupo de Facebook. A L. foi muito bacana e me deu várias dicas da cidade, além de checar meu roteiro antes de eu chegar lá. Nos encontramos em frente ao “trenzinho” que leva ao topo do lado Buda, mas subimos a pé.

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O tal trenzinho chega a ser uma atração turística, mas o preço do ticket é muito alto se comparado com o valor da tarifa de transporte público da cidade: 1000 florins ou 1700 comprando ida e volta. Claro que é uma opção recomendada para pessoas mais velhas ou com alguma dificuldade de locomoção, porque para ir a pé é uma boa subida, com escadas bem íngremes em alguns pontos – mas a vista compensa o esforço para chegar ao topo da colina de Buda.

O dia não estava tão bonito, mas está a bela visão que se tem da cidade ao subir a pé
O dia não estava tão bonito, mas esta é a bela visão que se tem da cidade ao subir a pé

No lado Buda há várias atrações. Fomos visitar a Igreja de Matias primeiro e o ticket pode ou não incluir subir na torre com guia. O ticket de estudante com tour e torre inclusos custou 2000 florins (uns 6,50 euros). À princípio eu não queria muito entrar na igreja (já falei várias vezes no blog que não sou fã de visitar igrejas, pior ainda quando é pago), mas confesso que me surpreendi. É claro que é preciso muito fôlego para subir os quase 200 degraus (não tem elevador), mas há 2 paradas onde os guias contam um pouco da história do lugar e no topo, vemos o grande sino da torre e de lá dá para ver o telhado da igreja, que é uma atração à parte de tão belo. Além disso, valeu muito a pena porque a visão de ambos os lados, Buda e Peste, é incrível. Ou seja, a pessoa que não gosta de visitar igrejas está recomendando que você visite esta. 🙂

A vista do topo da torre da igreja e uma parte do telhado
A vista do topo da torre da igreja e uma parte do telhado

Dentro da igreja tem um museu também e está tudo incluso no ticket.

De lá seguimos para o Bastião dos Pescadores, de onde também dá para ter uma visão do lado Peste e do Parlamento Húngaro. Há também restaurantes e lanchonetes no local.

Bastião
Bastião

Ainda do lado Buda fica a Galeria Nacional da Hungria, um prédio lindo, mas que dispensamos entrar porque estava tendo uma exposição especial do Picasso e eu já havia visitado o Museu Picasso em Barcelona, além de ter ido em exposições em São Paulo. OK, isto pode não ser motivo suficiente para não entrar na galeria, mas não estávamos tão interessados assim e achamos um pouco caro para os preços da cidade, já que para ver a exposição permanente e a do Picasso precisaríamos pagar 3200 florins (10 euros). Estávamos mais interessados em visitar o Castelo de Buda, que fica ao lado da galeria e apesar do nome, não é um castelo! Mas esta atração ficou para outro dia, porque estávamos com fome e resolvemos ir comer no Mercado Municipal.

O mercado
O Mercado

O mercado é bonito por fora, mas eu sinceramente não entendi porque é considerado uma das mais importantes atrações. Não há tantos restaurantes assim de comida típica, os preços são um pouco altos e as filas enormes. Tem muitas lojinhas vendendo artesanato e lembrancinhas que, por incrível que pareça, são realmente mais baratas do que no restante da cidade. No térreo há barracas de frutas, legumes, peixes etc e no subsolo fica o Lidl. A fila para comprar o famoso “langos” estava enorme e optamos por comer numa barraca com menos fila.

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Passeamos um pouco pelo mercado e como não ia mais dar tempo de visitar o Castelo de Buda, resolvemos voltar para o hostel e pegar nossas “roupas de banho” para ir nas famosas casas termais de Budapeste. Há inúmeras na cidade, mas as mais famosas são Széchenyi e Géllert. O valor médio do ticket para um dia é 15 euros em ambas, então decidimos visitar apenas uma e numa decisão meio aleatória, optamos pela última.

A piscina principal
A piscina principal

O spa Géllert fica num hotel e o ticket dá direito a permanecer até o local fechar. Chegamos por voltas das 17h, então ficamos até às 20h, quando fechou. Foi muito gostoso, mas o tempo naquele dia não estava dos mais quentes, então pouco aproveitamos a parte externa que tem uma piscina comum e uma piscina de águas termais aquecidas, além de uma sauna. No interior fica a piscina principal (foto acima), mas para usá-la era necessário usar touca (!!!) e eles cobravam o equivalente a 2 euros por uma touca descartável! Ficamos na outra piscina aquecida mesmo. Há mais piscinas aquecidas e saunas de vapor também. Apesar de ter gostado, acho que teria sido melhor ir na Széchenyi – me pareceu maior e mais turístico. Enfim, quem sabe da próxima vez?

Depois de um longo segundo dia que começou com muita caminhada e terminou relaxando no spa, voltamos para o hostel para descansar para nosso terceiro dia na linda Budapeste.

Budapeste, Hungria I

Chegamos em Budapeste um pouco depois da hora do almoço e o tempo estava um pouco feio, meio nublado. O wifi do aeroporto é péssimo, mas já havíamos pesquisado como ir de lá até o centro da cidade e além disso, tem um balcão de informações para o turista muito bom lá: tem mapas, brochuras com sugestões de passeios e como chegar até o centro de transporte público.

Pegamos o ônibus 200E, que sai do Terminal 2 a cada 8 minutos. O ticket unitário custa 350 florins (na época, 1 euro valia cerca de 310 florins) e pode ser comprado no guichê que tem no ponto de ônibus. Caso pague diretamente ao motorista, o valor da tarifa vai para 450 florins. Optamos por pagar ao motorista, porque não tínhamos trocado para comprar do guichê, mas agora fica a dica dada por um brasileiro que conhecemos dentro do ônibus (afinal, minha gente, onde é que não se acha brasileiro neste mundo?) e mora na cidade: compre a opção de 10 tickets, que vale para ônibus e metrô, e sai mais em conta se você for usar muito o transporte público – dá para fazer muita coisa a pé na cidade, mas uma atração ou outra é um pouco mais distante, então pode compensar. Nós compramos 10 tickets para dividir em 2 pessoas e foi o suficiente. Para mais informações sobre o transporte público na cidade e de como ir para o aeroporto/centro, veja aqui.

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Os tickets são de papel e não tem catraca nas estações de metrô. É necessário validar cada ticket antes de embarcar e nem pense em tentar viajar de graça: há fiscais nas entradas das estações checando se o ticket foi mesmo validado e caso não tenha ninguém, funcionários do metrô podem solicitar para ver seu ticket validado a qualquer momento.

O ônibus 200E para na estação de metrô Kobanya Kispest, de onde pegamos o metrô até a estação mais próxima do nosso hostel. Não faz sentido nenhum, mas em Budapeste se você mudar de linha (por exemplo, ir da vermelha para a verde), precisa pagar novamente a passagem ou validar outro bilhete. Fique atento!

O tempo estava mais agradável quando finalmente chegamos no bairro do hostel e como já era mais de 14h e estávamos sem almoço, seguimos a dica do mesmo brasileiro que conhecemos no ônibus: comer kebab! Há muitos e muitos restaurantes que vendem kebab na cidade e são os lugares mais em conta para uma refeição. Um kebab de frango no pão pita custa, em média, 700 florins (algo em torno de 2,50 euros) e eu achei delicioso.

Kebab e um delicioso chá gelado
Kebab e um delicioso chá gelado

Seguimos para o Amazing Hostel, que eu gostei muito e indico. Fica bem localizado, próximo ao distrito judeu, e de lá fizemos a maioria dos passeios a pé. É um hostel bem pequeno e indicado para quem quer paz e sossego para descansar depois de um dia visitando as atrações. Tem apenas 4 quartos compartilhados e gostei muito que eram apenas 5 camas (e não beliches como em praticamente todos os hostels), havia muito espaço no quarto e um cofre para cada cama. O local era bem limpo e a decoração muito bacana. Os funcionários foram muito simpáticos e nos ajudaram com todas as dúvidas. O hostel aceita pagamento em euros para a reserva, o que nos ajudou muito. O lado ruim é que havia apenas 2 banheiros e mesmo o hostel sendo bem pequeno (calculei que a capacidade máxima fica em torno de 15 pessoa), de manhã tem um pouco de “concorrência” para usá-los.

O hostel
O hostel

Depois de almoçar, ir para o hostel fazer check-in e respirar um pouco já era 16h. Decidimos, então, visitar a Grande Sinagoga, já que era próxima e ficava aberta até o fim da tarde. Pagamos 2700 florins (aproximadamente 17 euros) para fazer um tour guiado e ter acesso ao museu. Há várias opções de tickets com preços mais baixos ou altos dependendo do que estava incluso. Eu não achei o tour lá essas coisas, mas vale a pena para quem quer saber mais da história e tal.

Por dentro da sinagoga
Por dentro da sinagoga

Aliás, achei muito desagradável no tour que a guia, grosseiramente, me chamou a atenção quando eu tirei minha garrafa de água da bolsa, dizendo que aquele era um local sagrado e eu não deveria comer nem beber. OK, compreensível, mas não havia nenhum tipo de sinalização dentro da sinagoga que avisasse isso e não era como se eu estivesse tomando um refrigerante, não é? Achei péssimo também que, mesmo sendo um tour pago, a guia simplesmente sumiu quando o grupo saiu para os jardins. Ela nos deu algum tempo para tirar fotos e não esperou ninguém que não estivesse na porta quando ela resolveu que era hora de sair. Tivemos que nos juntar a outro grupo para terminar o tour.

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Esta sinagoga é importante porque é considerada a maior de toda a Europa e a 3ª maior do mundo, podendo abrigar até 3 mil pessoas em seu interior. Os jardins são muito bonitos e também abrigam um cemitério onde estão enterrados mais de 2 mil judeus que morreram no gueto entre 1944 e 1945. Há ainda uma escultura, a da foto acima, que é um Memorial do Holocausto e em cada uma de suas folhas tem o nome de um judeu húngaro morto no Holocausto. O museu não impressionou muito e parecia que estava em reforma. Tem mais informações sobre a sinagoga aqui.

Ainda estava claro quando saímos da sinagoga, fomos andar um pouco mais pela cidade e chegamos na Basílica de São Estevão. Infelizmente, chegamos logo depois que a visita a torre foi encerrada, mas ainda deu para entrar na basílica de graça para visitar.

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Andamos mais um pouco até os limites do lado Peste, onde estávamos, e voltamos ao hostel depois de jantar outro kebab – comida tão simples e barata, mas tão gostosa que ainda hoje às vezes me dá uma vontade de comer!

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