Uma banda irlandesa… não, ainda não é o Bono com seu U2. Mas tenho certeza de que você já ouviu falar de The Cranberries!
Cranberry é uma fruta típica da Irlanda, bem pequena e de cor alaranjada, usada, entre outras coisas, para fazer o famoso cranberry sauce, um molho que acompanha o peru no Thanksgiving na Terra do Obama nos Estados Unidos. Para o choque de todos, mais um nome de banda que quando descobrimos o significado em português, nos perguntamos “what the fuck heck?“.
O quarteto fez muito sucesso nos anos 90, principalmente com a música “Linger” (que acho quase impossível que você nunca tenha ouvido).
Sabia que U2 não é a única banda irlandesa que existe? há.
The Corrs é formada por 4 irmãos (Sharon, Caroline, Andrea and Jim) que se juntaram após a audição para o filme irlandês TheCommitments em 1991. Mas eles só ficaram mundialmente conhecidos em 1994, quando foram convidados para tocar na Copa do Mundo dos Estados Unidos.
O som da banda é uma combinação de música pop com a tradicional música celta e todos os irmão são músicos. Eles tocam piano, violino, flauta, bateria, guitarra, acordeon e o bodhrán, que é um instrumento musical de percussão irlandês.
Pense em algum(a) cantor(a) ou banda irlandesa. Aposto o pote de ouro no fim do arco-íris que você pensou em U2. Mas saiba que nem só de Bono Vox se faz música irlandesa.
Nascida Eithne Ní Bhraonáin e conhecida como Enya, ela só perde mesmo para o U2 entre os artistas irlandeses que mais vendem fora da Ilha Esmeralda. Ela nasceu no condado de Donegal, um dos lugares onde, a época, o irlandês ainda era a língua oficial (Enya cresceu falando irlandês), sendo que Enya é a transliteração da pronúncia irlandesa de seu nome.
Confesso que não faz muito tempo que a conheci e, curiosamente, foi nos Estados Unidos. A hostmom de uma de minhas amigas adorava a cantora e certa vez fomos para Mount Evans com ela. Ouvimos Enya no caminho todo na ida e na volta. Apesar de no começo achar um pouco estranho, depois acabei me acostumando e achei que era um som bem “relax”. Alguns dias atrás, out of the blue, senti vontade de ouvi-la e baixei algumas músicas.
Dentre as minhas preferidas estão “Only if…” e “Only time”. Normalmente, as músicas são mais lentas e acaba sendo bem fácil entender o que ela fala. Se você já é um falante de inglês entre o básico e o intermediário, com certeza entenderá frases inteiras de suas músicas.
Alguns filmes como Doce Novembro, Gladiador e O Senhor dos Anéis têm Enya em sua trilha sonora (aposto que você já assistiu alguns deles e nem percebeu!), com “Only time”, “Now we are free” e “May it be”, respectivamente.
O estilo da cantora é único, com um background céltico, e o sentimento de paz e calmaria que se sente ouvindo suas músicas é indescritível!
Não sou fã de comédias românticas com aquelas histórias água com açúcar inverossímeis. A mocinha e o mocinho se conhecem, magicamente se apaixonam e a vida é linda, Brasil. Mas vamos deixar minha rabugentice de lado neste post.
O filme Leap year, ou Casa comigo? no Brasil, fala de uma tradição irlandesa que diz que o único dia do ano em que uma mulher pode pedir o namorado em casamento é em 29 de fevereiro (daí o nome do filme em inglês ser Leap year – ano bissexto) e o moço é obrigado a aceitar. Segundo minhas pesquisas, esta tradição, de fato, existe e surgiu das lendas de St. Patrick, que teria sido o tal que autorizou o procedimento lá pelo século 5.
Filminho água-com-açúcar
O filme foi rodado na Irlanda e mostra belas paisagens do interior do país, com lagos, castelos, rochas e verde, muito verde. Há algumas cenas filmadas em Dublin também.
Eu assisti o filme sem legendas e confesso que em algumas partes foi difícil entender o sotaque irlandês, especialmente quando falavam rápido. Porém, Matthew Goode, o irlandês casca grossa do filme, é, na verdade, britânico e me perguntei se o irish accent dele era fiel. Neste site aqui, li que ele afirmou ter sido bem difícil imitar o sotaque, que, para deixar bem claro, não é o sotaque de Dublin, mas o do oeste da Irlanda e, ao que tudo indica, é bem mais forte que o da capital.
De qualquer forma, para quem já fala inglês, é interessante comparar o sotaque de Anna, a americana, com os outros personagens irlandeses.
Além disso, consegui pegar algumas gírias dos duendes de ouvido, como “bob” e “gas”, por exemplo. A primeira significa ‘dinheiro’ e a segunda, ‘engraçado’. Então, quando você estiver em solo irlandês e alguém te pedir ‘bob’ ou disser que tal coisa é ‘gas’, você já sabe o que eles estão querendo dizer.
Outro ponto interessante é a chuva que sempre aparece no filme, confirmando os boatos que já li por aí sobre esta estranha atração que ela sente pelos leprechauns.
A trilha sonora acompanha o estilo water and sugar da produção, mas nenhuma das banda é irlandesa.
Casa comigo? é um bom filme para relaxar, esquecer da vida e achar que tudo é muito simples, além de conhecer lindas paisagens irlandesas e treinar o ouvido para o irish way of speaking. Também serve para dar algumas risadas (eu ri, pelo menos).
Estoure uma pipoquinha e curta mais um filme ambientado na Ilha Esmeralda!
Once, ou Apenas uma vez no Brasil, é um filme bem conhecido pelo pessoal que vai para a Irlanda. Mesmo sendo um filme de baixo custo e de estar longe dos arrasta-quarteirões Hollywoodianos, não deixa de ser uma ótima produção (na verdade, é bem melhor do que muitos enlatados de Holly).
O filme foi rodado em Dublin e é possível ter uma noção de como é a cidade, além de ir se familiarizando um pouco com o sotaque irlandês e algumas expressões usadas pelos leprechauns (perdi as contas de quantas vezes escutei “for fuck’s sake“, por exemplo, expressão que nunca ouvi nos Estados Unidos).
É interessante notar também a imigrante da República Tcheca, que apesar de não estar na Irlanda como estudante, vende flores na rua e faz faxina em residências para se sustentar. E esses podem ser alguns dos subempregos que os intercambistas poderão conseguir quando chegarem lá.
Once é o que se pode chamar de um musical verossímil e é esse um dos motivos que me faz gostar tanto do filme. Não cai nos clichês dos happy endings e nem tem cenas super produzidas como a maioria dos musicais, conferindo a sensação de que a história toda é completamente possível na vida real. Os atores que fazem os protagonistas são também músicos e a trilha sonora foi quase que completamente composta e cantada por ambos.
Falling Slowly ganhou o Oscar de melhor canção original em 2008 e é uma das minhas favoritas do filme junto com When your mind’s made up. Aliás, a trilha sonora completa é altamente recomendada.