No segundo dia em Riga, ainda frio e cinza, saí do hostel com o mapa na mão e fui desbravando partes da Old Town que o walking tour do dia anterior não cobriu. Uma das atrações mais famosas da cidade é a House of Blackheads.

São dois prédios muito bonitos na Praça da Prefeitura da cidade e foram construídos no século 14. A construção original foi bombardeada nos anos 40 e completamente demolida em seguida pelos soviéticos. O que vemos hoje foi reconstruídos nos anos 90 e a visitação não é permitida. É lá também que fica um centro de informação ao turista. Na mesma área, fica outro museu das ocupações da Letônia, mas este também estava fechado quando fui.
De lá fui ver o Parlamento, que não é permitido visitar, mas eu já estava pela região mesmo. Tem até guarda e segurança na entrada e rola uma “mini” troca da guarda lá também.
Próximo ao Parlamento, fica uma estátua, a Lielais Kristaps. Diz a lenda que antes da fundação de Riga, uma homem alto e forte chamado Christopher levava as pessoas de um lado ao outro do rio que corta a cidade. Uma noite, ele acordou com o choro de uma criança que estava do outro lado do rio e correu para salvá-la. No meio da travessia, a criança começou a ficar muito pesada e ele mal conseguiu chegar ao outro lado, mas quando chegou, ele e a criança dormiram de cansaço. No dia seguinte, ao acordar, ele notou que no lugar da criança havia ouro. Quando Christopher morreu, este ouro foi usado para fundar a cidade de Riga.

Depois de dar mais uma “circulada” pelo centro, fui encontrar a guia do outro walking tour que comentei no post anterior. Este também sai da Igreja de São Pedro, mas às 12h. E como o objetivo dele não é o Centro Velho, fomos diretamente para o Mercadão da cidade, que fica a poucos metros da rodoviária.

O que é interessante sobre o Mercadão é que, além de ser realmente enorme, dividido em 5 galpões (carnes, peixes, frutas e legumes etc), ele é o maior Mercado da Europa e os 5 pavilhões foram construídos reutilizando hangares alemães!

A visita é obrigatória, especialmente para quem gosta de experimentar comidas locais. Além de vender comida, há também alguns quiosques que vendem comidas prontas e cervejas.
De lá seguimos para Spikeri, um distrito da cidade conhecido pela atividade cultural. No verão, há festivais e exposições, mas no inverno não é muito movimentado.

O tour foi seguindo e finalmente chegamos no Monumento à Liberdade, ponto final do tour. O monumento homenageia os mortos durante a Guerra da Independência do país e é guardado por guardas que, por mais estranho que isso pareça, são vigiados por policiais! Segundo a guia, os guardas não estão sempre lá no monumento e é difícil dizer quando estarão ou não, pois não há uma agenda.

De lá, seguindo dicas da guia, fui almoçar no Lido, um restaurante bem popular na cidade e lembra muito o estilo dos restaurantes russos como o My-My, onde cada prato tem um valor diferente e você vai escolhendo o que quer e paga no final. Eu havia entrado num Lido no dia anterior na região de Old Town, mas só havia carnes e saladas e fui embora, pois achei muito fraco. Este, que fica próximo ao Monumento à Liberdade, é muito maior e tem centenas de opções! Eu optei por filé de frango recheado com queijo e batatas e só paguei 3,70 euros!

De lá, ainda seguindo outra dica da guia, subi no Skyline Bar, que fica no 26º andar do Hotel Radisson Blu, para ter uma visão panorâmica da cidade. A entrada é gratuita, então se você só quiser subir para aproveitar a visão, não paga nada. Claro que se entrar no bar, algum garçom vai vir te atender, mas se entrar no banheiro apenas, pode apreciar a vista sem precisar entrar no bar.

Aliás, se eu soubesse disso antes, acho que nem teria pago 5 euros para subir no mirante do prédio do Stálin, pois a visão do bar é melhor com a vantagem de não ser um local aberto, o que é realmente muito melhor na época do ano que fui.
Dei mais umas voltas pela cidade e voltei ao hostel para pegar minha mochila e seguir para rodoviária. Eu gostei muita mais de Riga do que de Tallinn, pois há mais opções de atrações e até acho que um 3º dia na cidade ainda seria bom para poder conhecer outras partes e museus que não tive tempo de ir.
Eu nunca comentei no blog, mas eu até posso aparentar ter bem menos que meus 29 anos, porém eu já tenho joelhos de idosa! haha… e o que isso tem a ver agora? Justamente no segundo dia em Riga eu passei a sofrer com dores terríveis no joelho direito, ao ponto de gemer de dor ao andar. Então, o ir até o hostel buscar a mochila e depois caminhar até a rodoviária, um trajeto total de 3km, não foi assim tarefa fácil. Cada passo era como se uma faca entrasse um pouco mais dentro do meu joelho e eu sem saber o que fazer estando no meio de uma viagem! Como levei alguns analgésicos comigo, foi a solução para ver se passava, mas a dor me acompanhou até a chegada em Oulu. Esta história fica para outro post, o importante agora é que eu adorei Riga, mesmo estando cinza e fria nos dois dias que lá fiquei, e não poderia deixar de recomendar esta capital báltica!