Quero, preciso, necessito aprender inglês! Como faz?
Nos últimos posts eu escrevi como foi aprender inglês pra mim. Eu não aprendi sozinha (fiz inglês por 6 anos), mas eu sempre gostei muito do idioma, sempre quis aprender e, portanto, sempre estive muito motivada. Aprender inglês nunca foi um martírio pra mim, muito pelo contrário, sempre foi algo que fiz com prazer.
Vamos aos fatos.
Estudos indicam que crianças conseguem aprender inglês com muito mais facilidade do que adultos. A ideia é que nascemos com várias “janelas” abertas para aprendermos o que quer que nos ensinem: tocar piano, patinar, nadar, aprender outro idioma. E estas janelas começam a se fechar no início da adolescência, entre os 11-13 anos. E o que isso significa? Falando de inglês, especificamente, significa que uma criança que comece aprender inglês ou seja exposta ao idioma desde pequena tem uma probabilidade muito maior de se tornar fluente do que uma pessoa que comece a aprender o idioma quando adulto. Além disso, a criança tem chances de falar como um nativo, sem sotaque. Mas isso quer dizer que um adolescente ou um adulto jamais conseguirá ser fluente ou falar muito bem, pois sua janela já se fechou? Bem, eu comecei a aprender inglês aos 13 anos, quando a tal janelinha estava se fechando – sua desculpa já era! Lembra do amigo americano que citei no post anterior? Ele começou aprender português aos 17 anos e na época, aos 22, seu português era muito bom, com sotaque muito leve. Ou seja, sem desculpas.
O fato de começar a aprender inglês mais velho não significa que a pessoa jamais falará bem, mas que precisará se dedicar mais, pois certamente já não tem mais a mesma facilidade que uma criança. E quanto antes puder começar, melhor ainda!
Se você procurar pela internet e principalmente no YouTube, onde cada um posta o que bem quiser, vai achar mil métodos mágicos de aprender inglês sem esforço. Desculpe desapontar, mas se você já passou da adolescência, isso não existe! Você vai precisar sim se dedicar para aprender: ir às aulas (não apenar em corpo, mas em mente também- muito importante!), fazer sua lição de casa e nunca deixar suas dúvidas se acumularem. Um professor que se preze nunca vai se recusar a sanar suas dúvidas- talvez não seja possível fazer isso durante a aula, mas depois dela sempre há um tempinho.
Além disso, você não pode se contentar com aquilo que aprende em aula. O professor não pode ser sua única fonte de conhecimento, mas sim um facilitador entre você e o conhecimento, no caso, o inglês. Logo, além de te ensinar o verbo to be, o professor vai te direcionar para você também ser o responsável pelo seu próprio aprendizado. E não pense que o professor vai te falar “Oh, seguinte, em casa você vai fazer isso, isso e isso para continuar praticando.”, ok, às vezes até vai, mas vai chegar um momento que você já poderá ensaiar um voos por conta própria e aprender um pouco sozinho. Você pode fazer 10 anos de aula de inglês e ter o melhor professor, mas se não for atrás de mais conhecimento por si só, sorry, você nunca falará inglês bem. E o que você pode fazer fora das aulas?
Ler
“Ah, mas eu não gosto de ler nem em português!”
Eu poderia argumentar porque todos deveriam ler, mas como este não é o ponto, vamos passar para o motivo de se precisar ler em inglês. Como você quer escrever em inglês sem ler? Já notou que pessoas que leem mais escrevem e se expressam muito melhor? Eu sempre li muito desde criança e enfim, tenho o blog e creio que escrevo e me expresso bem. Coincidência? Mistério? Ou relação direita com meu gosto por leitura? Além disso, lendo você vai aprender palavras novas, ver expressões e gírias em seu contexto e ver a gramática em uso. Só não vale ler como se estivesse lendo em português, usando os sons da nossa língua. Mesmo fazendo leitura silenciosa, leia a palavra com a pronúncia correta.
Ouvir
Ouvir vozes? Sim, vozes de nativos. Ouça músicas, veja filmes e seriados, enfim, associe o inglês com alguma atividade que você goste. Todos nós gostamos de ouvir músicas e se você é daqueles que diz que só curte tal ou tal música tipicamente brasileira, faça um esforço para achar algum ritmo que você goste. Veja filmes que você já conhece a história- comece vendo com legenda em inglês e assim que se sentir confiante, veja sem. Você precisa ouvir muito inglês para poder falar inglês. Só ouvindo pessoas falando que você vai ouvir a gramática num contexto, aprender vocabulário, expressões e gírias e também associar as palavras à sua pronúncia correta.
Input/output
Ler e ouvir inglês é o que chamamos de input, ou seja, é toda a informação que “entra” na sua cabeça. Essa informação toda vai ser “processada” pelo cérebro e virar o output, ou seja, aquilo que você produz. Eu só posso falar e escrever aquilo que eu sei e sei porque já vi escrito ou porque já ouvi mil vezes. Assim, quanto mais input você receber, mais output vai produzir. E não se engane, a gente precisa de muito input até conseguir produzir- falar e escrever, não é “entrou-saiu”. Por isso, sempre que aprender uma nova gramática, palavra ou expressão, tente usá-la sempre que possível para poder internalizar. Se aprendo alguma expressão, por exemplo, e depois não uso, logo eu esqueço. Mas já aprendi tantas expressões vendo seriados sem legenda, pois eram constantemente repetidas!
Motivação
A revista Superinteressante publicou um artigo sobre poliglotas há algum tempo. Seria o cérebro dos poliglotas diferente? Bem, leia a matéria para descobrir por si mesmo, mas um ponto levantado neste artigo é que, acima de qualquer coisa, está a motivação. Um dos poliglotas citados aprendeu russo para ler os clássicos no original. Eu quis aprender inglês, à princípio, para entender o que minhas bandas preferidas estavam cantando e, claro, porque sempre gostei do idioma. Foi o inglês que me levou ao primeiro intercâmbio! Se você não estiver motivado, vai arranjar desculpas para não estudar inglês e a gente sabe que quem quer, arranja tempo! Se você não está estudando por amor à língua (como na maioria dos casos), tente associar inglês a algo que você goste para te motivar. Tenho certeza que você gosta de ao menos um seriado ou programa ou filme em inglês… que tal assisti-lo com áudio original?
Conclusão
Não vou dizer que todo mundo será fluente ou, pelo menos, falará muito bem o idioma nem dizer que há um método revolucionário. Eu nunca fui boa com Exatas e penei para passar em Química, Física e Matemática no Ensino Médio, mas passei. Me esforçando bastante, eu conseguia ir bem em matemática. Quase dando pane no cérebro, eu conseguia passar em Física. Já Química foi meu martírio e eu nunca consegui entender o que é um mol– eu nunca vou ser um gênio da química, mas consegui o suficiente para passar de ano. Levando isto para o inglês, você deve pensar: qual é o meu objetivo com a língua? O quão bem eu preciso falar? E a partir disso, traçar metas.
A minha opinião é que você não precisa ter um inglês impecável (a menos que sua profissão exija), mas saber o suficiente para se comunicar bem, entender e se fazer entender nas mais diversas situações e, claro, saber argumentar. Sotaque é permitido, desde que não atrapalhe a comunicação. A gramática deve ser a melhor possível, mas pequenos erros são aceitáveis – ou você fala tudo certinho em português?. Não foque na perfeição, não ache que só saberá falar inglês de verdade se não tiver sotaque e conseguir falar muito rápido (até porque, a tendência é que você use a mesma velocidade para inglês que usa em português – eu falo rápido em português, logo, em inglês também). E não tenha medo de tentar! Fale bastante e aprenda com seus erros. E quando chegar neste nível que descrevi no começo do parágrafo, well, por que não tentar ir um pouco mais além? 😉
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