Um dia em Bratislava

Quando decidi ir para Budapeste, a ideia era de lá ir direto para a outra cidade que visitaríamos nesta viagem, mas aí analisando bem, pareceu uma boa ideia parar no meio do caminho e passar um dia na capital da Eslováquia. Diga-se de passagem, Budapeste foi escolhida porque era o lugar mais barato para se ir a partir de Helsinki e assim sigo com minhas viagens decididas de acordo com o preço do voo – e continuo não me arrependendo.

De Budapeste a Bratislava são apenas 3 horas de viagem. Viajamos com a Regiojet e o ticket custou apenas 7 euros. A empresa cobra 50 centavos de euro para cada mala “despachada”, mas oferece uma bebida quente de graça na viagem, o ônibus é super confortável e tem TV – eles também emprestam o fone de ouvido. O sinal wifi só funciona dentro do território tcheco, país de origem da empresa.

O ônibus na rodoviária de Bratislava
O ônibus na rodoviária de Bratislava

Chegamos já perto das 21h, mas ainda estava claro. Não há absolutamente nada escrito em inglês na rodoviária! Eu havia lido em alguns blogs que os arredores da rodoviária era medonho, tipo, horrível mesmo, mas eu achei absolutamente normal, apenas não é um lugar bonito e não te dá aquela sensação “de estar na Europa”, apesar que, sim, tem muito lugar feio na Europa, basta você sair um pouco só das zonas turísticas das grandes cidades e vai perceber isso. Lembro até hoje o quão medonho era os arredores da estação de trem onde desci quando cheguei no centro de Bruxelas e foi apenas andar alguns quarteirões e chegar no centro turístico que tudo ficou lindo de repente.

A rua do rodoviária. Parece medonho para você?
A rua do rodoviária. Parece medonho para você?

O hostel ficava a menos de 2km de lá e já havíamos nos programado para ir  a pé. Salvei o mapa do Google com o roteiro em azul, mas é claro que nos perdemos. Chegamos até o centro turístico, onde tudo ainda estava aberto e funcionando (era uma sexta-feira à noite) e sabíamos que o hostel era ali perto, mas simplesmente não conseguíamos achar. Uma dica (que agora serve para mim também): é possível baixar o mapa offline de qualquer cidade no Google Maps, que é deletado 30 dias depois se o usuário não estender. Além disso, há apps que te deixam baixar o mapa offline de várias cidades e isso ajuda muito! No Google Maps, por exemplo, mesmo sem internet, o GPS do próprio celular aponta onde você está e você pode digitar o endereço de onde quer ir e ele aparece no mapa, a única diferença da versão online é que o Google Maps não traça o roteiro, mas sabendo no mapa onde você está e onde você quer ir já está ótimo. Uma pena que eu não sabia disso quando fiz esta última viagem e só conseguimos nos achar porque vimos dois policiais andando na rua com celular na mão e pedimos que nos ajudassem. Um deles traçou o roteiro no mapa, eu tirei foto e ele apontou o caminho. Foi um sufoquinho chato, mas chegamos no hostel. :/

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Cansados e morrendo de fome, ainda tivemos o azar de chegar no Patio Hostel quando um grupo de umas 4-5 famílias com muitas crianças estava fazendo check-in. Aparentemente, o grupo estava viajando de bicicleta e eu não pude evitar de pensar na coragem deles de viajar com tantas crianças pequenas em bicicletas! Depois de vários minutos esperando, o check-in eterno terminou e fizemos o nosso.

O hostel é grande e os quartos lembram muito um hotel. Ficamos num quarto para apenas 4 pessoas e estava tudo muito limpo e organizado. Eles disponibilizam toalha de banho, shampoo e sabonete, algo incomum em hostels.

No dia seguinte, saímos cedo e fomos conhecer o centro da cidade, que ainda estava vazio no horário. A cidade é muito pequena, porém linda. No dia estava tendo uma celebração a Napoleão, então havia várias pessoas vestidas com roupas da época e encenando danças, tocando instrumentos e atirando!

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Ficamos observando um pouco e fomos visitar a Catedral de São Martinho, a maior e uma das mais antigas igrejas de Bratislava e onde aconteciam as coroações dos reis entre 1563 e 1830. A entrada é gratuita e dentro da catedral há uma parte do piso que é de vidro e podemos ver esqueletos – a catedral foi construída em cima de um cemitério.

O walking tour começava ao meio-dia na praça principal e apesar da cidade ser bem pequeninha, achamos melhor fazer o tour, já que ele basicamente cobriria todas as atrações turísticas.

Ponto de encontro do tour
Ponto de encontro do tour

Como não tinha tanta coisa assim para ver, muito do tour foi sobre a história do país, o período comunista, comidas e bebidas típicas e curiosidades da língua e cultura eslovaca, como, por exemplo, no país ter um dia do ano para cada nome próprio e que é realmente celebrado como o dia da pessoa que tem aquele nome, como um segundo aniversário. Passamos pela Catedral de São Martinho novamente e outros pontos e paramos em frente da famosa estátua do operário “dentro do bueiro”.

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A estátua em tamanho real fica na na esquina das ruas Laurinská e Panská e está lá desde 1997, representando um trabalhador da era comunista que simplesmente não se importa de fazer seu trabalho. Reza a lenda que passar a mão no capacete dele trás sorte. Passamos por algumas estátuas no nosso dia em Bratislava e se você quiser visitar todas elas, neste site tem o endereço de cada uma.

O tour terminou após visitarmos a Igreja Azul, única atração que ficava um pouco afastada do centro turístico. É uma igreja toda em arte nouveau e, segundo a guia, é a mais disputada para casamentos.

A igreja azul
A igreja azul

O tour durou 3 horas, mas eu recomendo porque é um ótimo jeito de passar pelas principais atrações e conhecer a cidade com um local, principalmente se vai passar apenas um dia como eu.

Depois do tour, para não perder muito tempo, compramos uma baguete de 2,50 euros (a moeda da Eslováquia é o euro também) no centro (muito bem recheada e gostosa) e fomos para o Castelo de Bratislava.

O castelo lá em cima
O castelo lá em cima

O castelo fica numa colina e de lá se tem uma vista privilegiada do Danúbio e de Bratislava, então o ideal seria ir num dia ensolarado para aproveitar bem a visita, o que, felizmente, foi nosso caso.

Hoje em dia o castelo é um museu e a entrada custa apenas 2 euros. Passamos quase 2 horas dentro do castelo e deu para ver tudo com calma e ainda subir numa das 4 torres – a subida é feita somente por escadas e elas são nem íngremes.

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A torre em formato de “disco voador” que aparece na foto acima, vista a partir do Castelo de Bratislava, segundo a guia do nosso walking tour, foi construída durante o período comunista no país e hoje em dia muitas pessoas acham feio e um símbolo daquele período que deveria ser removida. De qualquer forma, ainda está lá e há um restaurante lá em cima, que não tivemos a curiosidade – e nem o tempo – de conhecer.

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Voltamos a praça principal da cidade, onde compramos algumas lembrancinhas, e já era hora de voltar ao hostel para pegar nossas mochilas e voltar a rodoviária para seguir ao próximo destino.

Conclusão

Bratislava é uma cidade linda e nada lembra aquele lugar cinza e sombrio do filme O Albergue (um filme que me arrependo amargamente de ter visto) e, aliás, nossa guia nos contou que a cidade só levou a fama mesmo, pois o filme todo foi rodado em Praga, então nem adianta procurar cenários do filme na cidade.

O centro histórico é realmente lindo e tudo está muito bem conservado. Acertamos em ficar apenas um dia na cidade, pois conseguimos fazer tudo. Havia um museu no centro que não tivemos tempo de entrar, mas também não seria algo obrigatório e apenas recomendaria 2 dias em Bratislava para quem tem um ritmo de viagem mais tranquilo ou quer curtir algum passeio noturno e restaurantes – nós não tivemos tempo de experimentar nenhuma comida típica, por exemplo.

Bratislava
Bratislava
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