O último dia na cidade já começou com aquele aperto no coração, uma saudade do que ainda não havia terminado! Já disse que Budapeste é linda?
Eu sempre faço walking tour quando visito uma cidade e, normalmente, é a primeira coisa que faço já para pegar dicas e conhecer melhor os principais pontos da cidade com um local. Mas em Budapeste eu acabei invertendo a ordem das coisas e o tour ficou para o último dia, já que no primeiro cheguei depois do horário do tour e no segundo dia combinei de encontrar a L.
O tour começa em frente a Basílica de São Estevão e desta vez nossa guia era uma local mesmo (muitas vezes, o guia é um estrangeiro que mora na cidade). A guia disse que a melhor vista da cidade é da torre da basílica – mas depois de subirmos na torre da Igreja de São Matias e na Citadella e poder ver os dois lados da cidade – Buda e Peste -, achamos que não faria muito sentido subir na basílica, então não posso confirmar se a dica da guia vale a pena. E apesar de a igreja ser a construção mais alta da cidade (96 metros), a Igreja de Matias está numa colina, então, em termos absolutos, está num nível bem mais alto. Outra curiosidade, é que dentro da basílica, supostamente, está a mão do rei Estevão. Há controvérsias se aquela é mesmo a mão dele, mas está lá para quem quiser ver.
Seguindo pelas ruas, paramos na estátua acima. Já tínhamos passado por ela, mas com o tour descobrimos seu significado. A estátua do policial barrigudo está lá desde 1900 e reza lenda que foi feita em homenagem a um certo policial que patrulhava a região e era muito simpático. Diz a lenda também que o motivo de tanta alegria era comida e mulher (porque, lógico, você pode colocar mulheres na mesma categoria de comida, mas vamos adiante). E claro, há uma superstição envolvendo a estátua: dizem que se você esfregar a mão na pancinha dele, terá sorte no amor. Se passar a mão ajeitando o bigode, terá sorte na vida. Será que fiz um carinho nesta pancinha? 🙂
Outra famosa estátua da cidade é a Pequena Princesa. Reza a lenda que havia esta princesa que nunca quis ser princesa e muito menos rainha. Ela usava as roupas de seu irmão e queria ser rei quando crescesse. Diz a lenda que esfregar as mãos em seus joelhos traz sorte e realização pessoal.
Entre uma parada e outra e dicas da guia, ainda no lado Peste, entramos na mais antiga linha de metrô da Europa continental, pois a guia queria nos contar sobre o pioneirismo húngaro que os deixa muito orgulhosos. É fato que já havia metrô em Londres quando, em 1896, começaram as obras em Budapeste, mas eles consideram somente a Europa continental, portando, as ilhas britânicas ficam de fora. É a mesma linha de metrô que nos levou a Praça dos Heróis no dia anterior.
A linha mais antiga é bem diferente das demais de Budapeste, com trens bem pequenos e antigos, mas bem conservados. As estações também estão muito bem conservadas e vale a pena pegar o metrô nesta linha só para ver como são as estações e ter a experiência de andar no vagão.
O tour continuaria seguindo para o lado Buda, mas nós já tínhamos subido a colina duas vezes e visitado tudo que nos interessava, então conversamos com a guia e nos despedimos do tour na famosa Chain Bridge, que claro, também tem suas lendas e superstições.
A ponte ficou pronta no fim do século 19 para ligar os dois lados da cidade, divididos pelo Rio Danúbio. Reza a lenda que quem mandou fazer a ponte só o fez porque quando seu pai estava no leito de morte, ele não conseguiu cruzar o rio de barco por ser muito perigoso na época e, portanto, não pode se despedir de seu pai. Ele jurou que terminaria a ponte para que nenhuma outra família tivesse que passar por isto. Outra versão diz que ele tinha uma amante do outro lado do rio e só queria uma forma de atravessá-lo mais rápido. A ponte tem 4 leões, cada um guardando um lado da ponte. Outra lenda (cidade cheia de histórias, não?) conta que o responsável por esculpir os 4 leões estudou a anatomia do animal por anos, os observando no zoológico, e quando tudo ficou pronto, ele desafiou que encontrassem algum defeito no seu leão – se alguém apontasse algo, ele se mataria. Infelizmente para ele, um menino disse que os leões não tinham língua e percebendo seu enorme erro, ele teria se jogado no Danúbio. Como os leões têm língua (que só podem ser vista de um ângulo mais alto), esta história realmente não passa de uma lenda.
Ao nos despedir do tour, seguimos para o Parlamento Húngaro, mas só para observar do lado de fora. O valor do ticket para não europeus é 5400 florins (18 euros), o que é absurdamente caro para os padrões da cidade! Europeus pagam bem menos do que isso, mas por enquanto, eu tenho só o passaporte de capa azul, então…

Estava um lindo dia e seguimos andando pela margem do Danúbio até chegarmos nos Sapatos no Danúbio, uma escultura em memória dos judeus húngaros que foram mortos no local – eles eram levados até a margem do rio, tinham que tirar seus sapatos e levavam um tiro. O rio levava os corpos embora.

O último dia em Budapeste estava acabando, mas o final da viagem fica para o próximo post. 🙂
Quando comecei a ler a primeira parte me perguntei: “Bia, não fez o walking tour?” mas o mistério agora me foi revelado…rs
Que cidade linda, e que fotos maravilhosas!
Eu não sabia que Budapeste era uma cidade com tantas histórias e lendas! Tô curtindo muito os posts.
Pois é! haha… só não faço walking tour se a cidade não oferecer. Budapeste é uma das minhas cidades preferidas na Europa até agora. ❤