E depois da loucura de fim de semestre, peguei o ônibus e fui para a capital finlandesa, Helsinki. A Finlândia é um país caro e não tem muitas opções baratas por aqui ou que cheguem aqui o ano todo (né, Ryanair?), mas tem uma empresa de ônibus que vende tickets mais em conta e, com sorte, é possível achar tickets por um euro! Mas mesmo comprando com antecedência, viajei na semana antes do Natal e o preço estava apenas razoável. De Oulu à capital são 8h de viagem e o ônibus vai parando em várias cidades no caminho.
Às 8h20 da manhã eu já havia chegado no terminal de ônibus. Fazia -4 graus, estava nevando, o terminal é um espaço aberto e o ônibus saía às 9h. Às 8h40 um ônibus para com o letreiro “Jyväskylä”, uma cidade no meio do país. Muitas pessoas entram e nada do meu ônibus chegar. Às 8h55 resolvo ir até o fiscal próximo ao ônibus parado e pergunto se o ônibus para Helsinki estava atrasado.
“Este é o que vai pra lá, pode subir.”
Se eu não resolvo perguntar, estaria até agora esperando. Só gostaria de entender por que não estava escrito Helsinki na placa, já que esse era o destino final. O ônibus, pelo menos, é quente e confortável, além de ter wifi. Todos os anúncios são feitos em finlandês e jamais deixe seu celular cair no vão entre o banco e a parede, pois há uma barra de ferro que trava seu celular dentro e você precisa pedir ajuda do passageiro de trás para empurrá-lo com o dedo por baixo e, depois de uns 20 minutos, conseguir livrá-lo do vão. Não que isso tenha acontecido comigo, jamais, só estou dando uma dica.
Depois da longa viagem, cheguei no terminal Kamppi, que também é uma estação de metrô e um shopping. Encontrei o R., comemos no Hesburger, o “McDonald’s finlandês” e fomos procurar de onde saía o ônibus para ir para a casa da R., nossa host.
O couchsurf
Resolvi fazer couchsurf pela primeira vez porque Helsinki é muito cara! Os preços dos hostels começam em 20 e poucos euros para dividir quarto e sem café-da-manhã incluso (para efeitos de comparação, em Lisboa paguei 10 euros/diária, sendo que não era o hostel mais barato da cidade, e ainda incluía um super de um café!). Como dormi duas noites em Helsinki, só em hostel teria gastado quase 50 euros. A R., uma mulher de meia idade, nos ofereceu um quarto e nos deixou bem à vontade em seu apartamento, que era completamente decorado com sua própria arte. Como eu nunca tinha feito couchsurf antes, eu não tinha referências no site, então precisei mandar mensagens para várias pessoas até que alguém aceitasse receber dois estranhos em sua casa no final de semana antes do Natal e dei sorte que esse alguém foi a R.. E como em toda primeira vez, eu também não sabia bem como agir… posso pegar um copo de água sem pedir? Posso tomar banho a hora que eu quiser? Como funciona?
Chegamos por volta das 21h, ela nos mostrou a casa, conversamos um pouco e ela pediu licença, pois estava com gripe e precisava descansar, porém nos deixou à vontade para tomar um banho e usar a cozinha. Havia guias e mapas de Helsinki sobre a cama, o que achei muito legal da parte dela. Como havíamos passado no mercado e comprado comida para o café, no dia seguinte usamos a cozinha e saímos para começar o dia de turista.
A R. não mora no centro e como iríamos usar o transporte público não só para ir e voltar da casa dela, mas também para ir a Suomenlinna, pelo menos, compramos o Day Ticket para 2 dias. O primeiro dia custa 8 euros e todos os outros seguintes custam 4 cada, então, pagamos 12 euros para usar o transporte público ilimitado por 48h.
A ideia era começar, como de praxe nas minhas viagens, com um walking tour, mas nos atrapalhamos para chegar no centro – só pegamos o ônibus para o lado contrário e fomos até o ponto final antes de ir, de fato, ao centro -, perdemos o horário do tour, precisamos adaptar os planos e fomos visitar Suomnelinna que estava planejada para o dia seguinte.
Suomenlinna
É uma ilha considerada patrimônio da humanidade pela UNESCO. O acesso é feito por balsa que custa 5 euros ida e volta, mas o Day Ticket dá direito a usá-la. A viagem dura uns 15 minutos e as balsas saem a cada 40 minutos. O acesso a ilha é gratuito, mas há museus pagos.

Suomenlinna significa “Castelo da Finlândia” e foi construída como um forte quando o país ainda estava sob o domínio da Suécia. Um pequeno parênteses histórico. A Finlândia é um país independente há apenas 98 anos e antes disso, sempre esteve sob o domínio da Suécia ou da Rússia, portanto, em 1748, quando Suomenlinna começou a ser construída, a Suécia ainda mandava por aqui e o nome original era Sveaborg. Fecha o parênteses.
No centro de informações eles oferecem um tour guiado em inglês, mas achamos 10 euros muito caro e resolvemos fazer por conta própria seguindo o mapa que mostra onde estão todos os pontos de interesse.

São seis museus na ilha, mas apenas um fica aberto o ano inteiro (os outros só abrem no verão), o Museu de Suomenlinna, que conta a história da ilha – e que não achamos assim tão interessante e resolvemos pular. Nós andamos a ilha toda e demos sorte, pois o dia estava ensolarado e apesar de ventar muito, estava relativamente quente: 10 graus!

Como Suomenlinna é como se fosse um distrito da cidade, e não apenas atração turística, tem cafés, restaurantes, lojas e até hostel e biblioteca! Se você está na dúvida se vale a pena visitar ou não, o site ainda oferece uma visão área do local aqui para você dar uma espiada.
Helsinki não tem muitas atrações turísticas se comparada com outras capitais europeias, então Suomenlinna acaba sendo uma das atrações principais, e por isso acho que vale a pena a visita. O ideal é fazê-la num dia ensolarado, pois com o céu limpo e o sol tudo fica mais bonito.

E ainda demos uma sorte que a lua estava linda, enorme e bem visível no céu e até eu consegui tirar fotos bacanas.

É um passeio para ser feito numa manhã ou tarde e é bom estar preparado para caminhar.

Pegamos a balsa de volta e fomos passear no Christmas market em frente a Catedral de Helsinki. Aqui na Europa é muito forte a presença de feirinhas de Natal e até mesmo aqui em Oulu tinha, muito menor que as de Helsinki, claro, afinal Oulu é do tamanho de um ovo. 😉

Os preços estavam bem salgados, especialmente em artigos feitos à mão, então só olhamos mesmo. Havia de comida a pedras, de bebidas a touca de tricô!
Nossa ideia para a noite era procurar um restaurante que servisse comida finlandesa para experimentar carne de rena, porque eu nunca tinha comido também. E quem disse que foi fácil? Achamos até restaurante brasileiro (a ficha caiu quando vi que o menu fixado na entrada estava em português!), mas nada de achar um local que servisse coisas típicas e quando finalmente achamos, o prato com carne de rena custava 35 euros e enfim, não rolou, porque, né… eu sou estudante na Europa. Acabamos num fast-food mesmo, mas a ideia ficou guardada para o dia seguinte.
Voltamos para a casa da R., que estava usando a sauna com o namorado e perguntou se queríamos usar logo depois. Como já comentei, a sauna faz parte da cultura finlandesa e não é incomum que eles tenham saunas dentro de casa. A sauna do apartamento da R. é igual a sauna do prédio que moro, mas bem menor e comporta só duas pessoas. Ela foi tão legal que ainda nos deu cerveja (uma marca chamada Saku, da Estônia, que eu não conhecia e adorei – e olha que eu nem sou fã de cerveja) e nos orientou a sair na sacada em seguida para fazer tudo no estilo finlandês. Claro que eu sabia e já tinha feito tudo isso antes, mas para o R. foi uma experiência nova.
Fomos dormir e nos preparar apropriadamente para o segundo dia e não perder o walking tour.
Spoiles, spoilers e spoiles rs
A 4°, 5° e 6° estão espetaculares, especialmente a 4° e 6° foto. Parabéns
Vindo de você, é um super elogio! 🙂
Definitivamente ficaram boas
As fotos 4, 5 e 6 estão realmente espetaculares! Haha. Bela observação 🙂
Obrigada!
Belas fotos, Bia!
Cara, Oulu é muito longe! hahahaha
Estou curiosa pra saber do walking tour… aliás, não sabia que a capital da Finlândia era assim fraca em relação à atrações turísticas. Mas imagino mesmo que muita gente simplesmente não vai pra lá, né?
Oulu é no fim do mundo ao norte.
Não é que Helsinki é fraca, como toda grande cidade/capital, tem sim muitas coisas para se fazer, mas aquele turismo de visitar atrações e tal, é meio fraco mesmo. E a cidade nem é assim bonita, sabe?
Cara, couchsurfing! Não sei se é por conta de ter viajado sempre com muita gente até hoje, mas eu tinha me esquecido COMPLETAMENTE dessa possibilidade! É algo que definitivamente eu queria tentar quando ainda planejava vir pra cá, e até hoje nada… A ideia de usá-lo num país caro é muito boa, aliás!
Lindas fotos, btw!
O couchsurf só virou opção mesmo por conta dos altos preços de Helsinki. Minha única experiência foi boa.
Lindas as fotos!!!
Obrigada!